[-empyre-] bijari and situação relacional
brian whitener
iwaslike at hotmail.com
Sat May 24 04:36:20 EST 2008
In 2007, the
conference Publico Transitorio brought together groups such as Etcetera..., Frente 3 de Fevereiro, Bijari, La Lleca, Ultra Red, Pocho Research Society, and Ala
Plastica. As we mentioned earlier, Jennifer and I first meet at this event and
this month of empyre is, in part, an attempt to deepen those experiences and
practices and discuss them with a wider audience. In between PT and empyre, we
conducted a series of interviews with some of the groups (which will be
published in the forthcoming issue of LatinArt.com). While the interviews were
directed towards a different set of concerns and out of a different set of
conditions, they have much to say about contemporary practice (in Latin America
and elsewhere) and the emergent concerns and practices of these groups. The
responses of the Brazilian group Bijari www.bijari.com.br
represents an interesting intervention into this month’s empyre conversation,
in particular their discussion of “situação relacional” and comments concerning “a dificuldade de se pensar um encontro destes seria a
de entender qual é a melhor forma para que cada um consiga expressar seu saber
com plenitude e ao mesmo tempo ser transformado pelo saber do outro”. We append the full interview below.
(La Lleca) ¿Para que servir encuentros como este
(digo, llevar grupos de américa latina a los estados unidos, a la MOCA)? ¿Qué
hizo falta el encuentro?
¿Qué salio bien y qué salio malo? ¿En que manera nos sirvió? ¿Y como
podríamos pensar en armar otros tipos de encuentros o formas de
trabajar o vernos que serían mejor o que servirían como herramientas
por construir algo compartido y realmente contundente?
Ao começar a
ler este parágrafo de perguntas tentamos estabelecer outras perguntas como
estratégia para elaborar respotas. Este encontro foi pensado com que
finalidade? Este encontro foi financiado com que objetivos? Este encontro teve
a participação dos grupos com que potência? Este encontro poderia ter tomado
quais outras formas?
Dentro destes
questionamentos iniciamos nossas reflexões. Para nós interessou pensar na
possibilidade de construção de outras formas de encontro, pois este não foi o
primeiro no qual sentimos dificuldades com compreensão de significados, expressão
de enunciados, traduções, trocas profundas dentro do ambiente official do
encontro. Ao mesmo tempo também não foi a primeira vez que fora do evento
oficial acontecem conversas transformadoras, trocas de afetos, experiências
sociais e antropológicas radicais. Qual seria então a possibilidade desse dois
encontros distintos (o oficial e o não official) interagirem mais? Seria
possível criarmos um espaço de diálogo, uma situação
relacional que favoreça a interação de pessoas singulares com saberes
distintos? Esta idéia de situação
relacional surge como leitura expandida da experiência que a artista Lygia
Clark nos proporcionou com a criação do objeto relacional. Com o auxílio do objeto, instaura-se um ritual de relações. Neste
ritual, corpos afetam outros corpos até que suas emanações entrelaçadas formem
um molde no corpo afetado. Um devir tanto de quem afetou quanto de quem foi
afetado desencadeia-se neste processo, que não
acontece por identificação (cada um “tornando-se como o outro”), mas por
contaminação (cada um “tornando-se outro”, sem qualquer paralelismo entre os
dois)… Torna-se impossível manter-se indiferente ao que liga imaterialmente os
corpos e produz sua constante tranformação.
Acreditamos que estar perto ou junto
não é necessariamente interagir, a grande questão é perceber quais são as
situaciões que propiciam uma relação transformadora, contaminadora e potente. A
dificuldade de se pensar um encontro destes seria a de entender qual é a melhor
forma para que cada um consiga expressar seu saber com plenitude e ao mesmo
tempo ser transformado pelo saber do outro. Pensamos em um encontro onde cada
pessoa saia diferente da que chegou, e o local onde isso aconteceu também não
seja o mesmo antes e depois desta relação. Talvez a criação de uma questão-problema
comum para ser resolvido localmente possa colocar os diversos saberes em
relação. Este problema comum pode ser solucionado com ações, colocando não
apenas o discurso, mas a inteligência corporal em jogo, eliminando muitas das
problemáticas de línguas-traduções, potencializando as ações na realidade, na
própria cidade do encontro. A criação destas situações-relacionais podem ter um
auxílio de mediadores locais, com propostas e objetivos para os problemas,
grupos menores de trabalho e um tempo maior para esta interação. Em encontros
como este, a maior potencia se encontra nos dispositivos relacionais, que
propiciam novas ações e reações, pontos em comum para além do discurso formal,
transbordando para o corpo e a cidade suas questões. Assim, estes encontros poderiam ser vistos como uma
forma potente de resistência, propondo atravessar limites institucionais, em
uma experimentação radical que possibilite a criação de um espaço dialógico em
igualdade de condições, um exercício da vida pública.
2) (Jennifer) Por un lado, sus practicas
están situados en contextos muy específicos: en lugares reales y con la gente
que los inhabita. Mucho de su trabajo interviene en la escala de una ciudad y
su imaginario social, un barrio, un acontecimiento, una situación particular.
Esta manera de trabajar esta ligada a la manera de pensar en-y proyectar-el
publico de su trabajo, lo cual, diría,
nunca es una abstracción para ustedes. También esta manera de trabajar
en un contexto, con el paso de tiempo, afecta las colectividades que podes
crear-en el sentido de
que hacer y crear juntos es mas potente cuando es basado sobre el estar
juntos-compartir espacio y tiempo.
A la vez, viven y participen en redes de colaboradores y interlocutores que
tienen una configuración muy distinta: dispersas, con otra temporalidad de
comunicación, otra dimensión
afectiva. Si las llamamos internacional,
transnacional, o translocal, esas relaciones transitan fronteras nacionales y
lingüísticas y participan en idiomas (en el sentido mas amplio) heterogéneas.
Pienso en el estar en relación con las personas a las que conoces y también
en estar en relación con varios públicos- y con las personas no conocidas que
los componen.
Que potencia reside en esas redes translocales? En tener-y proyectar-- públicos heterogéneos,
dispersos, y, a veces, distantes (y tardíos). Como afectan su practica esas
colaboraciones y diálogos internacionales? En cuales formas y foros serian mas
efectivos / creativos / transformativos?
A utilização
destas redes de diálogos e colaborações internacionais em nossos trabalhos
ainda é muito pequena perto do potencial que ela oferece. Entendemos este
espaço principalmente como espaço de reflexão e comunicação. Estamos muito
interessados no que chamamos de ocupação subjetiva. Ocupação subjetiva é um
termo que define quem ganha ou perde a guerra de informações. A ocupação
subjetiva tem por objetivo contra-formatar o imaginário público no que tange a
supremacia de idéias que geram opiniões, respostas e comportamentos. Trabalhando
na área de comunicação, pensar a dinâmica que está envolvida na informação e na
formação das pessoas torna-se inevitável. Atento a esta questão, percebemos
frequntemente que nós que tentamos mostrar o pensamento dissidente. Novas
estratégias de comunicação tornaram-se alvo de pesquisa para o grupo
possibilitar estas ocupações subjetivas ( entendemos que a ocupação subjetiva
não é apenas uma informação, mas uma qualidade de informação, que carrega
consigo dúvidas e questões e por isso se faz de forma aberta, ao contrário da
comunicação apenas como meio de transmissão de idéias ). Muitas vezes pensar
estas ocupações não é criar na realidade uma solução, mas inscrever o problema
e apontar para novos possíveis, impensados antes desta situação. São acontecimentos
que geram novas visões sobre o fato, que apontam para que cada cidadão reflita
e aja sobre ele, que mude os paradigmas estabelecidos ampliando o potencial de
resistência fente a realidade. Atualmente temos consciência que nosso trabalho
tem uma especificidade e pode transformar a realidade até um ponto, o que
acreditamos ser essa mudança de paradigmas apontada pela ocupação subjetiva, e
que a partir deste ponto uma grande multidão é necessária para realmente
inscrever na realidade este possível.
Desta forma
pensamos que esta rede pode ser mais que uma ferramenta extremamente eficiente
de comunicaçnao e reflexão e sim um espaço de ação potente, transformador e
real.
3) (Bill) Dadas tus prácticas, me da curiosidad saber
acerca de la negociación mayor
con el mundo del arte. ¿Vale la pena entablar una conversación o no? ¿Si
pudieras negociar tu propia práctica, crees que existan ciertas metodologías
que debieran tomar en cuenta los curadores y las instituciones al trabajar
contigo?
Esta pergunta pode
ser dividida em duas partes: a primeira é sobre a relaçnao com o mundo da arte
e a segunda sobre a relaçnao com os curadores e instituições.
Quando o BijaRi
começou a atuar no Brasil (início dos 2000) podemos falar que nossos trabalhos
pretendiam uma independência institucional, sem nenhuma relação com o “mundo da
arte”. “Não queremos ampliar
a arte na realidade, talvez a realidade na arte e, se possível, a própria
realidade na realidade.” Esta frase faz parte deste período, no qual a
urgencia de se lidar com a realidade era mais forte e necessária para nós. Ao
mesmo tempo no começo dos 2000 se inicia o resgate dos trabalhos nas ruas e
coletivamente que anteriormente não tinha nenhum valor ou espaço no campo
institucional da arte brasileira. Desde o início da ditadura militar no Brasil
se separou da política e assumiu uma fase extremamente formal, na qual a
instauranao do neoliberalismo e a dinamizanao de um sistema de arte nacional
corroborou para expansao e plenitude. Desta forma nosso esforço se concentrava
duplamente em transformações reais, dentro da esfera pública. “Nossas ações pretendem revelar outras
possibilidades de leitura da realidade, critica e poética se encontram para
transformar o real em realidade.” Esta frase do mesmo período ja retroma a
parte estética e representa o começo de uma relação com o “mundo da arte”. Foi
quando começamos a descobrir ( principalmente for a do Brasil) outros coletvos,
artistas, críticos com os quais tínhamos afinidades, diálogos e interlocuções.
A partir deste momento ficou claro que não estávamos contra o mundo da arte e
sim com uma dificuldade de interlocução dentro do sistema de arte brasileiro.
Movimentos sociais, psicólogos e arquitetos começaram a ser mais importantes na
nossa interlocução do que os críticos e curadores locais, que normalmente
olhavam nosso trabalho pelo vies formal e não entendiam sua real intençnao e
potência. Neste ponto podemos introduzir a problemática da segunda questão:
como se relacionar com os curadores e instituições? A palavra diálogo se faz
necessária para construir um saber compartilhado e é nesta trincheira que a
arte política e crítica brasileira se encontra - sem um bom diálogo e sem
querer dialogar ao mesmo tempo. Estamos apostando na construçnao conjunta como
uma possibilidade de expansão de nossas idéias, pois acreditamos que chegamos
em um ponto no qual se faz necessário esta relação. Hoje em dia sabemos que em
grande parte estas perguntas sobre participar ou não do “mundo da arte” são um
falso problema. A questão que se coloca é como dialogar críticamente com as
intituições e com o capital. A grande chave está em como manter a integridade
do projeto em questão, como continuar intervindo neste contexto.
Muitos museus e galerias fora do Brasil
conseguem contribuir de forma positiva para o desenvolvimento de processos
artísticos-políticos. Aqui os contornos entre capital e arte são menos
definidos e criam campos híbridos, onde é mais difícil conseguir obter apoios
deste tipo. Desta forma é preciso ter muito claro o projeto e as melhores
maneiras de conseguir viabilizá-lo, sem perdê-lo nem vendê-lo, é como andar
sobre um fio de navalha.
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